Corinthians: Preto no Branco


CORINTHIANS, time Campeão em Sedução
fevereiro 28, 2008, 10:49 pm
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Autor: Marco Frenette ( Jornalista da revista Caros Amigos).   
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Sou um torcedor meio atípico, só vejo futebol quando o CORINTHIANS joga. E como não me interesso pelo destino dos outros times, meus amigos concluem que não gosto de futebol. Pode ser. Mas o fato é que meu amor pelo TIMÃO supera em muito minha dificuldade de ver esse esporte em toda a sua plenitude.
Quando meu time entra em campo, incentivado pela maior torcida do país, essa minha limitação desaparece, e o futebol novamente se enche de beleza diante de meus olhos.
E o gostoso nesse meu sentimento pelo CORINTHIANS é que é autêntico. Não foi um gostar induzido; não precisei ganhar camisas dos times de meu pai ou meu tio para saber para quem torcer. E também não fui influenciado por histórias de adultos sobre a suposta superioridade de seus respectivos times.

Quando vi, criança ainda, o TIMÃO em campo, quando senti a energia positiva de sua torcida e a garra de seus jogadores, foi amor à primeira vista.
Vi meu time pela primeira vez em 1974. meu pai, torcedor fanático, fez questão de me levar para ver seu “glorioso” parmera em ação. Ele acreditava que quando seu filho visse o “verdão” em campo, estaria garantida a presença de mais um palmeirense na família, dada a “beleza” das camisas verdes bailando numa quase confusão com a cor do gramado. Mas, tinha um problema nos planos futebolísticos de meu pai: o adversário era um time campeão no quesito sedução.
Essa partida foi pela decisão do Campeonato Paulista; segunda de duas, sendo que a primeira tinha sido empate, e esta era o clássico decisório. Estádio lotado e nós lá: eu, um menino de dez anos, impressionado com aquela massa humana imersa numa imensa alegria coletiva; e meu pai, feliz da vida por ver seu time e ter seu filho do lado.
Nesse jogo, o CORINTHIANS não deu sorte, apesar do esforço de seus jogadores, o parmera levou a melhor; no final do segundo tempo, Ronaldo desequilibrou o placar, enfiando um a zero no CORINTHIANS. Após o gol, um silêncio completo tomou conta da torcida CORINTHIANA, e, antes que o alvinegro conseguisse articular uma reação, um rádio de pilha foi encostado em meu ouvido e ouvi a consumação da tragédia na voz do querido e talentoso Fiori Gigliotti: “ Fecham-se as cortinas torcida brasileira”.
Na saída do estádio, meu pai estava eufórico, e eu, triste; pois já tinha decidido com qual time estava meu coração. Sem perceber minha cara fechada, meu pai perguntou: “ filho, quer sair amanhã pra gente comprar um uniforme do parmera pra você?” Ao ouvir isso, parei imediatamente e falei uma das frases mais tristes que um parmerense – oriundo das castras mais fechadas do antigo palestra Itália –poderia ouvir: “ PAI, O SENHOR AINDA NÃO SE TOCOU QUE EU SOU CORINTHIANO? Quero um uniforme igual ao do goleiro do CORINTHIANS” Ele ficou um tempo em silêncio, talvez pensando o que tinha feito de errado em sua tática para aproximar-me das cores verde e branca. Por fim, me perguntou: “ você gosta de time que perde?” Contra argumentei que todo time perde vez ou outra e que com certeza veria também o parmera perder para o “MEU” CORINTHIANS, muitas vezes aliás.
Meu pai apenas sorriu e continuamos andando. No dia seguinte, ganhei o meu uniforme com aquele símbolo vermelho e preto bordado no lado esquerdo da camisa. E assim, uma família de palestrinos italianos ganhou um “sofredor”que se enche de alegria cada vez que o TIMÃO pisa em campo. Se vai ser vitória ou derrota, pouco me importa: todo amor sincero está além dessas contingências da vida. Mas, já vi cada vitória do CORINTHIANS! E, no mais, tudo vale a pena quando a alma não é pequena.
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Nota da Larissa: Corinthianismo vem de berço!

2 Comentários so far
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Belo texto….
Eu tb sinto exatamente assim, so gosto de futebol quando é CORINTHIANS!

PS: Larissa, parabéns pelo blog, achei por acaso e vou visitar sempre.

Larissa: Nossa! Por acaso mesmo, nunca sequer divulguei o blog. Funciona mais como um diário corinthiano mesmo, Escrevo regularmente em: http://diretasnocorinthians.wordpress.com/ que é a causa pela qual estou lutando! Obrigada e seja bem-vindo sempre! Beijos…

Comentário por Batista

Cara Larissa,

Já havia até me esquecido desse meu texto e volto a encontrá-lo aqui no seu blog. Bacana. Beijos e tudo de bom.

Frenette

Larissa: É uma honra publicar em meu blog o seu belíssimo texto. Parabéns!

Comentário por Marco Frenette




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